Descoberto o primeiro planeta habitável fora do Sistema Solar
Cientistas da Organização Européia para a Pesquisa Astronômica no Hemisfério Austral (ESO) afirmam ter descoberto um planeta habitável fora do sistema solar, com temperaturas muito similares às da Terra [1]. O planeta, localizado no sistema de Gliese 581, distante 20,5 anos-luz do sistema solar, tem massa cinco vezes superior à da Terra e capacidade para manter água em estado líquido, pois apresenta temperaturas variando entre 0ºC e 40ºC.
O chato de se ter passado parte da adolescência lendo autores como Asimov, Clarke, Heinlein e Bradbury é que descobertas como essa não me surpreendem. A única surpresa é o fato de ter demorado tanto tempo para um “planeta terrestre” fosse descoberto fora do Sistema Solar.
De qualquer forma, agora ficou muito claro para todos que a probabilidade de se encontrar vida fora da Terra é grande. Talvez até vida inteligente. Não somos o auge da criação e nem o macaco escolhido por Deus para controlar o destino do Universo. Somos apenas um acidente evolutivo. Um acidente importante e glorioso, sem dúvida, mas nada mais do que um acidente.
Prezado Álvaro,
ResponderExcluirEstou muito impressionado com suas ponderações. Existe uma afinidade muito grande com o que penso.
Todavia, não me contive após a leitura deste assunto, e ousei expor um singelo pensamento meu.
Como matemático, cientista da computação e um eterno apaixonado por ciência, não posso deixar de reconhecer o mérito divino de tão espetacular e assombrosa criação.
Assim, como cientistas que somos, com personalidade, inteligência e espiritualidade, somos provas concretas da racionalidade, engenhosidade e perfeição dos atos criativos de um ser infinitamente superior.
Sem entrar nos méritos beligerantes dos cientistas e religiosos, concentro-me numa realidade mais equilibrada, equidistando-me de "teorias" científicas e "dogmas" credúlicos.
Se acreditamos em Deus, por sua perfeição, chegamos a uma paradoxal pergunta: Viemos a existir por "mero acidente" ? Se por acidente Fleming descobriu a penicilina, e por tentativas e erros Edison concluiu que o tungstênio era o melhor filamento para sua lâmpada, e por observações em campo Darwin redigiu a Seleção Natural, precisaríamos humanizar o Criador do Universo para limitá-lo ao mesmo status dos cientistas supracitados. O que se antagoniza ao conceito de perfeição divina. Portanto, não seria Deus.
Se o alicerce de nossas conclusões for a não-existência de um Criador, e portanto, o "acaso" assumir tal papel delineador da existência, outro paradoxo surge: Por que nos importar com o futuro ? Com o destino do universo ou das coisas vivas ?
A probabilidade pesquisada por inúmeros estudiosos de que tudo o que existe - e até do que desconhecemos existir - é produto do "acaso", é assombrosamente tão inalcançável e inatingível quanto a perspectiva de que um Criador perfeito criasse imperfeições.
Assim sendo, apesar da pequena discordância da conclusão apresentada, estou muito satisfeito que uma pessoa com a acuidade intelectual e imparcialidade mostrados em seus textos, concede-nos o prazer de compartilhar suas preciosas e talentosas ponderações.
Um grande abraço.
Amauri Bastos
Caro Amauri,
ResponderExcluirAgradeço muitíssimo pelo seu comentário. É raro receber uma mensagem tão cortês vinda de uma pessoa com opiniões diferentes das minhas, ainda que não totalmente diferentes.
Quanto ao seu questionamento, minha resposta a ele dificilmente agradará muita gente. O que penso é que a consequência de assumirmos que o criador não existe é a constatação de que o universo não foi feito de acordo com nossas especificações. Isso não significa, contudo, que nossa vida não tenha sentido e que não devamos nos preocupar com o futuro. Nossa inteligência pode ser um presente do acaso, mas é um presente valioso e devemos cuidar dele da melhor maneira possível. Isso inclui a preservação do planeta, por exemplo, assim como o cuidado com as gerações futuras.
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Alvaro Augusto