Minha lista de resoluções de ano novo
Dessa vez, minha lista tem apenas um item:
1. Não fazer mais listas de resoluções de ano novo!
Dessa vez, minha lista tem apenas um item:
1. Não fazer mais listas de resoluções de ano novo!
Àqueles que solicitaram, informo que o material da minha palestra de ontem, "Filosofia da ciência e teoria da evolução", está disponível em http://www.lunabay.com.br/alvaro/darwin_out-2009.pdf (3,1 MB).
Agradeço a todos que compareceram. Foi bastante interessante.
No próximo dia 14 de outubro irei apresentar a palestra "Filosofia da Ciência e Teoria da Evolução - uma homenagem aos 150 anos de 'A Origem das Espécies'". Será das 19h30 às 21h20, no miniauditório do campus Curitiba da UTFPR (Av. Sete de Setembro, 3165, Curitiba, PR). Esse evento faz parte do programa de palestras do Departamento Acadêmico de Eletrotécnica (DAELT) e a entrada é gratuita.
O programa resumido é:
Os 80 anos de Murray Gell-Mann, criador da cromodinâmica quântica e laureado com o Nobel de Física de 1969, foram celebrados no último dia 15.
Em 1964, Gell-Mann e George Zweig postularam independentemente a existência dos quarks, as partículas das quais os hádrons (tais como prótons, nêutrons, mésons e outras partículas) são compostos. Gell-Mann teria sugerido o nome por causa da frase "Three quarks for Muster Mark", do Finnegans Wake, de James Joice. Zweig sugeriu "ace", mas quark caiu na preferência dos físicos.
Gell-Mann também esteve envolvido com o Instituto de Santa Fé, trabalhando com assuntos relacionados a caos e complexidade. Um dos resultados desse trabalho foi o livro de divulgação científica "O quark e o jaguar, aventuras no simples e no complexo" (Rocco, 1996).
Em inglês, uma biografia resumida de Gell-Mann pode ser encontrada em http://www.santafe.edu/~mgm/Site/Front_Page.html e uma palestra dele sobre criatividade pode ser assistida em http://video.google.com/videoplay?docid=1181750045682633998#. Também em inglês, mas com opção para legendas em português, há uma palestra sobre beleza e verdade em física, disponível no site do TED, em http://www.ted.com/talks/murray_gell_mann_on_beauty_and_truth_in_physics.html.
Há 100 anos era fundada a instituição hoje conhecida como Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR.
Parabéns a todos que participaram desse conquista. Vida longa e próspera, UTFPR!
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Marcadores: UTFPR
Para quem perdeu o programa "Meu Paraná" de hoje, 5/9, que homenageou os 100 anos da UTFPR, seguem os links para as duas partes do vídeo.
Os mais novos engenheiros e engenheiras da UTFPR formaram-se ontem, 28 de agosto, no auditório do campus Curitiba. Tive novamente a honra de ser convidado como paraninfo. Segue abaixo o meu discurso.
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Ilustríssimo senhor diretor do campus Curitiba da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, professor doutor Marcos Flávio Schiefler Filho, demais autoridades já mencionadas, queridos pais, familiares e amigos, prezadas senhoras, prezados senhores, caríssimos engenheiros e engenheiras recém-formados.
É uma satisfação e uma grande honra ter sido escolhido como paraninfo da turma de vocês. Dessa vez a satisfação é ainda maior porque 2009 é um ano especial, não pelo fato da formatura ter sido quase cancelada por causa da gripe suína, mas, em primeiro lugar, porque este é o ano do centenário da UTFPR. Além disso, o ano de 2009 está sendo também marcado pelos aniversários de 50 anos do DAELT e de 30 anos do curso de Engenharia Elétrica, sem falar na comemoração dos 400 anos das primeiras descobertas de Galileu Galilei, nos 200 anos do nascimento de Charles Darwin, nos 150 anos da publicação de A Origem das Espécies, nos 130 anos de nascimento de Albert Einstein e no aniversário de 80 anos do professor Newton da Costa, matemático curitibano de renome internacional, que de vez em quando aparece por aqui para um seminário ou conversa rápida.
Mas, antes que alguém diga que 2009 é um ano mágico, tenho que lembrar que essas comemorações só estão acontecendo neste ano por causa da nossa mania de usar o sistema numérico de base decimal...
De qualquer forma, aniversários são importantes, pois nos lembram que o tempo passa para todos, a não ser, é claro, que você seja professor. Afinal, ser professor é mais ou menos como trabalhar na Terra do Nunca: embora seja evidente que o tempo passa para nós, não parece que ele passa para os alunos; os alunos nunca envelhecem.
De fato, os alunos de uma universidade como a nossa têm sempre 20 e poucos anos em média, enquanto os professores vão ficando cada vez mais grisalhos, mais fofinhos e, segundo a lenda, mais sábios. O problema é que trabalhar na Terra do Nunca é sempre um pouco preocupante, pois, se você não faz parte da turma desse Peter Pan de vinte e poucos anos, então, ou você é pirata, ou você é canhão.
Mas nem só de piratas, canhões e meninos vive o curso de Engenharia Elétrica. Como aconteceu na Terra do Nunca da ficção de James Barrie, um outro tipo de habitante começou a chegar já na primeira turma do nosso curso, no longínquo ano de 1979: as mulheres. A trajetória das mulheres no nosso curso fica clara quando analisamos os famigerados coeficientes de rendimento de nossos egressos.
Na nossa antiga grade 1 formaram-se 383 alunos. Destes, aproximadamente 6% eram mulheres e a aluna mais bem classificada aparece em um modesto 43° lugar, embora com um coeficiente de rendimento nada desprezível de 0,757.
Na grade 2, formaram-se 475 alunos, aproximadamente 7% eram mulheres e a aluna mais bem classificada aparece em 25° lugar, com um coeficiente de rendimento de 0,81.
Na grade 3, ainda não totalmente descontinuada, formaram-se até o momento 454 alunos, dos quais 13,5% são mulheres. A aluna mais bem classificada aparece agora em primeiro lugar, não só na grade 3, mas em todas as grades desde os primórdios, com um coeficiente de rendimento de 0,897.
Na verdade, dentre os cinco melhores alunos de todos os tempos, três são mulheres e, dentre os dois melhores alunos de todos os tempos, duas são mulheres. Nos outros cursos de engenharia do campus, infelizmente, a situação não é a mesma.
Mesmo que algum estatístico ou matemático me acuse de algum abuso metodológico, a conclusão aqui é cristalina e inescapável: senhores, fomos invadidos. As mulheres chegaram! (até que enfim!).
Alguém poderia dizer que essas alunas provavelmente teriam sido as melhores em qualquer curso de engenharia do mundo, e eu irei concordar. Contudo, nosso mérito nesse caso foi termos sido capazes de atraílas e retê-las durante cinco anos, sem tê-las estragado muito. Afinal, todos sabem como é difícil agradar uma mulher!
É claro que nem só de coeficiente de rendimento vivem nossos alunos, e talvez isso nem seja tão importante fora do mundo acadêmico. Outros fatores também são importantes, como participação em atividades extra-classe, estágios, projetos de iniciação científica, etc.
Ainda assim, essa mudança de perfil no nosso curso, mesmo que ainda pouco pronunciada, traz inegáveis vantagens a todos. E essas vantagens não têm somente a ver com a famosa capacidade de articulação verbal das mulheres, ou com a capacidade de entender as diferenças entre tons de "vermelho carmim" e "vermelho maravilha", ou, ainda, com a capacidade de descobrir facilmente algo que um homem está tentando esconder.
Essas vantagens têm mais a ver com a revolução pela qual estão passando as engenharias de todos os tipos e o ensino das engenharias no mundo todo.
O fato é que nossa área nasceu dos esforços de uma multidão de artistas e cientistas, mas rapidamente ganhou a reputação de ser fria, racional e exata. Afinal, é isso que se espera de uma área que exige centenas de cálculos e conhecimentos detalhados.
O problema é que a chegada dos computadores e da internet mudou tudo. De um lado, os cálculos tornaram-se mais fáceis e mais rápidos. De outro, a disseminação da informação reduziu o custo desta a quase zero. De uma hora para outra, os profissionais passaram a valer não tanto pelo que sabem, mas pela capacidade de inovação, pela capacidade de se reinventarem.
Agora a realização de cálculos extensos pode ser deixada a cargo dos computadores e a engenharia pode voltar a ser aquilo com que sonhavam os engenheiros renascentistas: não uma ciência exata, mas uma mistura de arte e ciência; não uma disciplina árida, mas uma maneira de se exercitar a imaginação e a criatividade.
Essa revolução é tão profunda que, se nossas instituições de ensino não forem capazes de estimular a imaginação e a criatividade de nossos alunos, então teremos nos reduzido ao papel de um mero mecanismo de buscas na internet. O ensino da engenharia, daqui para frente, deverá ser mais sobre imaginação e criatividade do que sobre disseminação de informação.
O papel das mulheres na engenharia é importante porque agora precisamos ser mais criativos e menos analíticos. Não estou querendo dizer que mundo da engenharia deve ser composto somente por mulheres, pois, como disse aquele filósofo asiático, "a verdade está no meio". Também não estou, com isso, querendo dizer que todas as engenheiras são criativas e sensíveis e que todos os engenheiros são analíticos e racionais, mas é inegável que todos só temos a ganhar com este e outros tipos de interação profissional.
De fato, de tudo que sabemos sobre criatividade, uma coisa que fica clara é que ela surge mais facilmente quando pessoas diferentes interagem entre si: pessoas com diferentes tipos de inteligência, com diferentes habilidades, pertencentes a diferentes etnias, diferentes crenças e diferentes sexos. Entretanto, nessa área não há garantias e, da mesma forma que a criatividade pode surgir da interação entre pessoas diferentes, pode também acontecer aquilo que os físicos chamam de "aniquilação matéria-antimatéria". Mas vale a tentativa, pois, sem ela, a aniquilação não é apenas possível, mas certa.
No futuro, talvez no futuro próximo, sejam vocês homens ou mulheres, vocês terão certeza de que foram criativos, e não somente analíticos, quando um resultado surgir de maneira completamente inesperada, quando algo aparecer quase por mágica depois de dias, meses ou anos de esforços. Sobre isso, eu ouvi recentemente uma história de uma escritora fantástica chamada Elisabeth Gilbert, autora do livro "Eat, Pray, Love" (traduzido no Brasil como "Comer, Rezar, Amar").
Diz ela que, séculos atrás, os povos do norte da África se reuniam para festivais religiosos de música e dança, os quais duravam horas e prosseguiam até o amanhecer. Os dançarinos eram todos grandes profissionais e a dança era invariavelmente perfeita. Mas, de vez em quando, muito raramente, um dançarino acabava por transcender a si mesmo. Apesar de já ter executado aquela dança centenas de vezes, em situações especiais as coisas se alinhavam de tal forma que esse dançarino parecia ter se tornado mais do que humano, tomado por um surto de criatividade, paixão, emoção. E as pessoas daquela região, em sua um maioria de origem árabe, entendiam que o dançarino havia sido tomado por algo de origem divina e respondiam da melhor forma que podiam responder naquela época, dizendo Alá, Alá.
Mais tarde, quando os mouros invadiram a Espanha, eles levaram esse costume na bagagem. A pronúncia misturou-se aos dialetos locais e mudou ao longo do tempo, secularizando-se e transformando-se em "olé, olé!", um grito até hoje usado nas danças de Flamenco e, infelizmente, no odioso "esporte" das touradas. Hoje você não precisa mais ser muçulmano ou religioso para reconhecer o caráter transcendente da criatividade. Quando vocês tiverem feito algo de inesperado, de novo, de transcendente, basta dizer "olé!" Se não houver ninguém para presenciar esse seu momento mágico, mande-me um scrap, um twitter ou um e-mail dizendo "olé", e eu saberei.
Obrigado por tudo. Vocês são ótimos. Vida longa e próspera!
Já faz um tempinho que a Microsoft lançou o "Projeto Tuva", mas só agora tive tempo de escrever sobre isso. Trata-se de uma iniciativa de Bill Gates para hospedar as "Conferências Messenger", proferidas por Richard Feynman em 1964, a convite da Universidade de Cornell, e gravadas pela BBC. São sete palestras que podem ser assistidas em http://research.microsoft.com/tuva.
Note que essas palestras não são as "Feynman Lectures on Physics", que deram origem aos famosos e homônimos livros vermelhos (no Brasil, "Lições de Física"), mas sim as palestras que deram origem ao livro "The Character of Physical Law" (há uma edição em português pela Gradiva, intitulada "O que é uma lei física").
O interesse de Feynman por Tuva, uma região no sul da Rússia, nasceu de uma série de selos postais lançados entre 1920 e 1930, o breve período em que Tuva foi um país independente. Quase no fim da vida, Feynman fez planos para visitar a região, mas foi impedido pela burocracia oficial. A liberação foi finalmente expedida pelo governo soviético em 1989, pouco depois da morte de Feynman.
A expressão "Projeto Tuva" tornou-se assim sinônimo de algo extensivamente planejado, mas nunca realizado. Felizmente não foi isso que aconteceu com o "Projeto Tuva" de Bill Gates, que conseguiu adquirir os direitos autorais das palestras e colocá-las no ar, após 20 anos de esforços.
Com esta iniciativa, Gates está quase redimido por ter lançado o Windows ME...
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Marcadores: Feynman
O Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) noticiou ontem que cientistas da Nasa descobriram glicina, elemento fundamental para a formação da vida, em amostras do cometa Wild 2, trazidas à Terra pela sonda Stardust em 2006.
A glicina é o menor dos vinte aminoácidos encontrados comumente nas proteínas dos organismos vivos e é a primeira vez que se descobre uma substância como esta em uma amostra de um cometa. A descoberta reforça a teoria de que alguns dos ingredientes necessários à vida foram formados no espaço e trazidos à Terra por meio do impacto de meteoritos e cometas.
A espaçonave Stardust ("Poeira estelar") foi lançada em 7 de fevereiro de 1999, navegou cinco bilhões de quilômetros e encontrou-se com o cometa Wild 2 em 2 de janeiro de 2004, atravessando a densa nuvem de gás que recobre o astro. Ao voar através da nuvem, a Stardust capturou amostras de material, as quais ficaram presas em uma grade de aerogel, uma fantástica substância sólida composta por 99% de espaço vazio. O aerogel foi posteriormente acondicionado em uma cápsula, que se desacoplou da espaçonave e foi enviada de volta à Terra, aqui chegando em 15 de janeiro de 2006.
A presença de glicina nas amostras ficou clara desde o início, quando a cápsula foi resgatada pelo cientistas. Contudo, era necessário descartar a possibilidade de que as amostras tivessem sido contaminadas com glicina terrestre, durante o preparo da missão. Assim, os cientistas liderados pela Dra. Jamie Elsila, do Centro de Vôo Espacial Goddard, da Nasa, dedicaram os últimos três anos e meio à tarefa de construir e testar equipamentos especiais que permitissem a análise das amostras. Os resultados da análise foram publicados em um artigo, apresentado em seminário no último dia 16, no qual os cientistas atestam a origem extraterrestre da glicina.
A existência de substâncias orgânicas extraterrestres tem sido bastante debatida. Em 2008, por exemplo, foi detectada a presença de amino acetonitrila, uma molécula semelhante à glicina, em uma nuvem gigante de gás perto do centro da constelação de Sagitário (http://www.sciencedaily.com/releases/2008/03/080326161658.htm). Além disso, mais de 140 espécies de moléculas foram detectadas no espaço desde 1965. A descoberta da Stardust, contudo, é muito mais importante, pois joga nova luz à hipótese da existência de vida microbiana nas vizinhanças da Terra.
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Acredito que todos os alunos da UTFPR já estejam sabendo, mas, só para desencargo de consciência, a instituição anunciou ontem, 30 de julho, que decidiu adiar o reinício das aulas para o próxino 10 de agosto, em virtude da "pandemia" da gripe H1N1. Mais detalhes em http://www.utfpr.edu.br/materia.php?id=396&tipo=noticias.
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Marcadores: UTFPR
Diz a lenda que naquele 20 de julho de 1969, aos 96 anos do nascimento de Alberto Santos Dumont, dois discursos diferentes repousavam sobre a mesa de Richard Nixon. Em um deles, o então presidente dos Estados Unidos lamentava a perda de dois ou três bravos norte-americanos e declarava que o sonho da conquista da Lua não iria acabar com a tragédia da Apollo 11. No outro discurso, aquele que foi lido em nosso universo, Nixon parabenizava os astronautas, a Nasa, os norte-americanos e declarava encerrada aquela fase da corrida espacial.
Após uma alunissagem tensa, as primeiras palavras na Lua foram ditas por Buzz Aldrin, em linguagem técnica. Poucos segundos depois, às 20h17, horário de Greenwich, o comandante Neil Armstrong finalmente pronunciou aquela célebre frase que traria tranquilidade ao comando da missão: "Houston, aqui Base da Tranquilidade. A Águia pousou". A voz de Armstrong era calma e confiante, não refletindo a tensão decorrente do pouso. De fato, se a alunissagem tivesse demorado mais meio minuto, o presidente Nixon teria sido forçado a escolher o primeiro discurso, pois a Águia pousou com apenas 30 segundos restantes de combustível.
Um dos mitos relacionados à missão Apollo 11 originou-se exatamente por causa da alunissagem. Durante a descida, sob o som de alguns alarmes, Armstrong olhou pela escotilha e viu que o piloto automático estava conduzindo a nave para uma cratera de 400 metros de diâmetro, repleta de rochas. Imaginando que aquele não seria um bom lugar para pousar, Armstrong rapidamente assumiu o controle manual e voou sobre o campo rochoso, procurando um lugar mais apropriado. Surgiu então a lenda de que Armstrong havia evitado o local indicado porque este já estava ocupado... por uma base extraterrestre! Acrescente-se a isso o fato de que Armstrong e Aldrin ficaram quase sete horas dentro do módulo, antes de decidirem sair, e a teoria da conspiração está completa: o que eles ficaram fazendo lá dentro durante tanto tempo? Estariam com medo dos extraterrestres? Estariam tentando se comunicar com eles?
A lenda mais conhecida, é claro, é a de que nada daquilo aconteceu e que as missões Apollo foram produzidas e gravadas em estúdios de cinema. As pessoas que inventam tais teorias da conspiração são do mesmo tipo que dizem que Paul McCartney morreu em 1968, tendo sido substituído por um sósia, ou que dizem que Elvis era um extraterrestre (afinal, de onde mais teria vindo aquela voz descomunal, sem falar no apetite por anfetaminas, que nada mais eram do que complementos alimentares para as células alienígenas?). Seria melhor se esses teóricos da conspiração empregassem melhor a imaginação e direcionassem o ceticismo para alvos minimamente atingíveis.
Todas essas bobagens já foram desmentidas várias vezes. A teoria da farsa das missões Apollo foi desmascarada em alto estilo pelos Mythbusters (episódio 104, temporada de 2008). Evidentemente, nada disso convence os crentes, pois o recurso final deles é sempre alegar que todas as explicações fazem parte da conspiração. A maior prova de que a missão existiu, contudo, não foi apresentada pelos Mythbusters, mas pelos principais interessados no fracasso norte-americano: os russos. Objeção alguma jamais foi levantada por Moscou e o governo soviético apressou-se em desmontar seu programa lunar pouco depois que a superioridade tecnológica norte-americana ficou evidente.
Teorias da conspiração à parte, é uma pena que as missões Apollo tenham sido canceladas antecipadamente (pelo menos do ponto de vista de um menino que cresceu durante a década de 70 e ficou levemente irritado quando um coleguinha insinuou que Armstrong era um músico de jazz). Todos sabemos que a Nasa planeja retornar à Lua, mas isso demandaria o investimento de centenas de bilhões de dólares, os quais dificilmente serão gerados pela combalida economia norte-americana atual. Naturalmente, tais recursos se tornarão abundantes caso a auto-estima norte-americana venha a se encontrar ameaçada, como certamente ocorrerá caso outro país decida colonizar nosso satélite. Assim, o destino da exploração pacífica tripulada, seja da Lua, seja do restante do Sistema Solar, parece estar nas mãos da China. Afinal, nada cutucará mais a moral norte-americana do que mais uma ameaça de uma bandeira vermelha plantada no Mar da Tranquilidade.
Da mesma forma que muita gente hoje em dia, também estou no Twitter. Para quem quiser me seguir (ou me evitar, conforme o caso), meu endereço é http://twitter.com/alvaro_augusto .
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O arquivo PDF da palestra de ontem, 4 de junho, sobre "Teoria dos Jogos", pode ser baixado em http://www.lunabay.com.br/alvaro/teoria_dos_jogos_maio_2009.pdf (3 MB).
Uma pequena correção sobre algo que eu disse ontem: o nome daquele norte-coreano belicoso é Kim Jong-il e não Kim Jong II. Além disso, o cargo dele é "chefe da comissão nacional de defesa", e não presidente.
No próximo dia 04 de junho irei apresentar a palestra "Teoria dos Jogos - de John von Neumann e John Nash aos dias de hoje". Será das 19h30 às 21h00, no miniauditório do campus Curitiba da UTFPR (Av. Sete de Setembro, 3165, Curitiba, PR). Esse evento faz parte do programa de palestras do Departamento Acadêmico de Eletrotécnica (DAELT). A entrada é gratuita.
A Teoria dos Jogos é um ramo da matemática aplicada que usa modelos para estudar as interações entre agentes (jogadores) atuando em estruturas formais de incentivo (jogos) e tem a ver com as decisões racionais tomadas por pessoas ou grupos de pessoas em situações de conflito. As aplicações são variadas, desde relações econômicas, relações internacionais e relações interpessoais até estratégias militares, planejamento da operação de sistemas e comportamento animal.
O programa da palestra, que será apresentada em nível bem pouco matemático, é:
Informo que os comentários às postagens desse blog voltaram a ser moderados. Eu havia abolido a moderação durante um período de testes, como maneira de agilizar a troca de ideias. Entretanto, não posso permitir que terceiros sejam criticados ou ofendidos em decorrência de algo que publiquei, como ocorreu hoje.
Conto com a compreensão de todos. Comentários continuam bem-vindos, mas passam a ser moderados.
A esplêndida palestra abaixo foi apresentada em um dos eventos do TED, em fevereiro de 2006, com o título original "Do schools kill creativity?". O palestrante, Sir Ken Robinson, nasceu em Liverpool, Inglaterra, em 1950 e é um renomado especialista em criatividade e educação. Mais detalhes em http://www.sirkenrobinson.com .
Quem navegava pela internet lá pelo final dos anos 90 geralmente se deparava com muitos sites hospedados em um serviço pioneiro conhecido como GeoCities, que oferecia uma opção gratuita de hospedagem, com direito a FTP, transferência mensal praticamente ilimitada e outros atrativos. Antes dos blogs, do Orkut, do MySpace, do Youtube e do Twitter, havia o GeoCities e pouco mais.
Um dos diferenciais do GeoCities era oferecer "bairros" ("neighborhoods") para a hospedagem dos sites. Assim, se seu site fosse relacionado a negócios, você seria convidado a se hospedar em WallStreet, se o assunto fosse cinema, você poderia se hospedar em Hollywood e assim por diante. Dentro de cada bairro havia também uma série de "subúrbios", de modo que, somente citando o endereço do site (URL) já era possível ter uma ideia do assunto em questão. Uma lista completa de bairros e subúrbios pode ser encontrada em http://www.bladesplace.id.au/geocities-neighborhoods-suburbs.html (em inglês).
Outro diferencial era a oferta de um serviço especial de consultoria gratuita, a cargo de "líderes comunitários" ("community leaders"). Esses líderes eram pessoas do mundo inteiro, que ofereciam gratuitamente algumas horas por semana para colocar ordem nos bairros, subúrbios e casas, bem como oferecer auxílio aos recém-chegados. Para quem morava fora dos EUA, ser community leader era também uma excelente maneira de se colocar rapidamente em contato com o mundo da internet, que vivia então seu primeiro "boom". Era também uma excelente oportunidade de exercitar o inglês sem sair de casa (coisa que pode ser feita atualmente de maneira muito mais eficiente, mas as coisas não eram tão fáceis na era da internet lascada e da conexão discada).
O GeoCities foi fundado por David Bohnett e John Rezner no final de 1994, com o nome de Beverly Hills Internet (BHI). Em 1995 a empresa recebeu o nome atual, cresceu enormemente e, em janeiro de 1999, foi comprada pelo Yahoo!, pela bagatela de U$ 2,87 bilhões (algumas fontes citam U$ 3,57 bilhões). Os "yahooligans" assumiram o controle em maio de 1999 e o GeoCities nunca mais foi o mesmo. Uma das primeiras providências foi oferecer uma URL mais curta para os usuários, o que descaracterizou um pouco a divisão em bairros. Pouco tempo depois, um serviço pago passou a ser oferecido e foi fixado um limite mensal de transferência de 4 Gbytes para as contas gratuitas. Isso tornou quase impossível manter um site gratuito hospedado no GeoCities, pois, assim que um site começava a ter algum sucesso, o acesso era subitamente bloqueado. Finalmente, o serviço de community leaders foi encerrado, por causa de problemas trabalhistas. Meu primeiro site ainda está lá (http://www.geocities.com/WallStreet/Exchange/1726 ou http://www.geocities.com/alvaug). De vez em quando consigo até acessá-lo, mas já faz muito tempo que não o atualizo.
Agora, chega-nos a notícia de que os "yahooligans" irão desativar o GeoCities. Novas contas gratuitas não estão mais sendo aceitas e os novos usuários estão sendo convidados a optar pelo serviço pago Yahoo! Web Hosting (com 50% de desconto!). Os sites existentes ficarão no ar somente até o fim do ano. Na condição de "ex-morador" e de "ex-líder comunitário", eu não esperava um fim tão patético para o GeoCities. Mas os tempos são outros, a internet cresceu e se multiplicou e já deve haver muita gente por aí que nunca ouviu falar de coisas como ICQ, BBS, GeoCities, etc. Como acontece sempre, todas as coisas devem passar. E, na internet, para o bem ou para o mal, elas passam muito mais depressa.
Finalmente consegui finalizar e submeter meus dois artigos para o XX SNPTEE (http://xxsnptee.com.br):
Deu um trabalho enorme, mas acho que ficaram bons e deverão ser aceitos. Agora já posso voltar a atualizar este blog.
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Marcadores: SNPTEE
Estou preparando uns artigos para o XX SNPTEE e não tive tempo de escrever nada sobre os 200 anos de nascimento de Charles Darwin, comemorados hoje. É claro que a comemoração mais importante será no próximo 24 de novembro, data do sesquicentenário da publicação de "A Origem das Espécies". Ainda assim, nenhum jornal de hoje perdeu a chance de falar sobre Darwin, sobre conflitos entre ciência e religião e sobre "darwinismo" e "evolucionismo". "Ismo", "ismo", "ismo". Duzentos anos e ninguém entendeu nada!
Voltarei a falar sobre Darwin em breve, e também sobre uma ideia meio maluca que estou acalentando: uma palestra sobre a filosofia da teoria da evolução em novembro, na UTFPR.
Em entrevista recente, o engenheiro Jerson Kelman, dono de um impresionante currículo acadêmico e que deixou o cargo de diretor geral da Aneel no último dia 13, afirma que o risco de racionamento no início de 2008 era maior do que em 2001. Isso pode parecer surpresa para muita gente fora do Setor Elétrico, mas, como tenho insistido há algum tempo, não só o risco era grande como de fato ocorreu um racionamento no início de 2008. Tudo depende da definição que se dá a esse conceito.
De modo geral, existem três tipos de racionamento de energia elétrica. O primeiro deles é o corte de carga puro e simples. Esse é o tipo de racionamento ao qual, por exemplo, a Àfrica do Sul recorreu no início de 2008. O corte de carga é radical, impopular e potencialmente devastador. Dificilmente um governo brasileiro recorrerá a ele em um futuro próximo.
O segundo tipo de racionamento é o incentivo à redução de consumo, seja por meio de campanhas de conscientização, seja por meio da aplicação de multas. Campanhas em prol do bem comum nunca funcionam, pois a população fica prisioneira de um tipo de tragédia dos comuns ("para que economizar se meu vizinho já está economizando?"). Multas por insuficiência de redução do consumo funcionam muito melhor e foi isso que o Governo Federal fez em 2001. Essa medida também é impopular (aliada a outros fatores, custou ao PSDB a continuidade no poder), mas não é tão radical nem tão devastadora, embora possa afetar negativamente o crescimento econômico.
No Brasil, os racionamentos dos tipos 1 ou 2 podem ocorrer em uma situação hidrológica altamente desfavorável ("falta de chuva") ou na insuficiência de usinas hidrelétricas para atender à demanda, mesmo que haja água nos reservatórios existentes. O racionamento de 2001, que introduziu no Brasil o termo “apagão”, foi resultado de uma composição desses dois fatores.
O terceiro tipo de racionamento, que é feito pelo lado da oferta, pode ser operacionalizado de maneira mais eficiente em países com matriz energética semelhante à do Brasil, onde as usinas termelétricas são usadas como uma espécie de “seguro anti-apagão”.
Segundo dados da Aneel, nossa capacidade instalada de geração, em números aproximados, divide-se hoje da seguinte forma: 75,7% de hidrelétricas (incluindo PCHs e microcentrais), 22% de termelétricas convencionais (carvão, gás e óleo combustível), 2% de termelétricas nucleares (Angra I e Angra II) e 0,3% de usinas eólicas.
Quando postas a operar, as hidrelétricas, mais baratas do que todas as outras, aumentam sua participação para 80% ou 85%, dependendo da época ao ano. As termelétricas são acionadas por “ordem de mérito”, à medida que a situação hidrológica indica uma maior necessidade de economia de água dos reservatórios. Angra 1 e Angra 2 são exceções, entrando em operação sempre que disponíveis. Usinas nucleares à parte, nosso sistema elétrico é então predominantemente hidrelétrico, com complementação termelétrica.
No final de 2007, início do período úmido do Sudeste, as chuvas tardaram a chegar. O crescimento econômico do país, que já fazia a demanda por energia crescer a 5% ao ano, tornava a situação ainda mais complicada. Em 31 de dezembro de 2007, para fins de comparação, os reservatórios do Sudeste estavam com armazenamento de 46,2%. Um ano antes, esse armazenamento era de 53,3%.
Em vez de pedir que povo economizasse energia, o governo, sob a forma do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), decidiu ligar todas as usinas termelétricas disponíveis, fora da ordem de mérito, inclusive aquelas movidas a óleo diesel. Dessa forma, a geração hidrelétrica foi aliviada e os reservatórios puderam se recuperar.
No racionamento de 2001, feito pelo lado da demanda, muitas indústrias e instalações comerciais alugaram ou compraram geradores a óleo diesel ou gasolina, como forma de compensar a redução do consumo de energia da rede. No início de 2008, essa substituição por óleo diesel e outros combustíveis fósseis, como gás natural e carvão, foi feita diretamente na geração. Assim, não se tratou propriamente de um racionamento da oferta de energia elétrica, mas sim da oferta de energia hidráulica.
Atualmente, decorrido um ano dessa situação crítica que ficou conhecida como “janeiro negro”, os reservatórios do Sudeste, sub-sistema responsável por 70% do armazenamento hidráulico do Brasil, já estão razoavelmente recompostos. Contudo, o custo de se ter ligado as termelétricas em janeiro de 2008, mesmo com redução progressiva até agosto, foi de R$ 1,7 bilhão. Parte desse custo foi imediatamente absorvida pelos consumidores livres e demais agentes do mercado livre, mas não foi absorvida com a mesma velocidade pelos consumidores cativos, que ainda representam 70% do consumo nacional de energia elétrica.
A razão dessa diferença é que, quando as termelétricas são acionadas fora da “ordem de mérito”, ou seja, sem que haja razão estritamente técnica para tal, o custo decorrente desse acionamento é creditado em uma conta denominada “Encargo de Serviços do Sistema” (ESS). O ESS é pago mensalmente por consumidores livres e distribuidoras. A distribuidora, por sua vez, repassa o ESS aos consumidores cativos somente por ocasião dos reajustes tarifários, realizados a cada 12 meses, ou por ocasião da revisão tarifária periódica, que ocorre geralmente a cada quatro anos. Estima-se que, do montante de R$ 1,7 bilhão gerado com o acionamento das termelétricas, pelo menos R$ 1,20 bilhão deva ser repassado aos consumidores cativos. Só para citar dois exemplos, o reajuste médio da Escelsa, distribuidora que atende o estado do Espírito Santo, foi de 12,17%, enquanto o reajuste médio da Celpa, que atende o estado do Pará, foi de 17,24%. Ambos os reajustes foram afetados pelo repasse do ESS e são válidos a partir de agosto de 2008.
Quando analisado do ponto de vista de 2008, um ano difícil para o Setor Elétrico, o panorama energético para 2009 também não era muito confortável. O crescimento do consumo e a insuficiência de novas obras de geração tornavam cada vez mais provável um racionamento pelo lado da demanda já em 2009. Entretanto, a redução do consumo acarretada pela crise financeira internacional e o aumento das afluências no final de 2008 talvez tenham empurrado esse racionamento para depois de 2011. Só que cedo ou tarde a crise irá acabar e a demanda voltará a crescer. Precisamos então usar o pouco tempo que temos para investir em infraestrutura, especialmente geração e transmissão, de modo a não termos que enfrentar uma situação ainda mais difícil no futuro.
Em tempos de nervosismo e cabeças explodindo, é sempre bom lembrar que sempre podemos contar com alguém. Assim, vale a pena dar uma olhada no fantástico vídeo abaixo, que peguei do blog do professor Munhoz (que o pegou de outro lugar). Demora um pouquinho para entender o que está acontecendo. Tenha calma.
A TV Educativa do Paraná resolveu fazer um programa sobre energia elétrica e me convidou novamente, para representar a UTFPR. Deve estar faltando gente nesse começo de ano! Vai ser hoje, 9/jan, às 19h, como antes. O programa pode ser assistido pela antena parabólica, na frequência de 1.320 MHz, polarização horizontal, ou pelo link ao vivo http://www.pr.gov.br/rtve/aovivo_tv.html .
"Apesar da crise" (como está na moda dizer), 2009 será um ano repleto de comemorações. Vejamos:
19 de janeiro: bicentenário do nascimento de Edgar Allan Poe (1809 - 1949).
9 de fevereiro: centenário do nascimento de Carmem Miranda (1909 - 1955).
12 de fevereiro: bicentenário do nascimento de Charles Darwin (1809 - 1882).
14 de março: 130 anos do nascimento de Albert Einstein (1879 - 1955).
20 de julho: aniversário de 40 anos do primeiro pouso na Lua (ainda há gente que não acredita nisso, mas eles não conseguem explicar porque a Nasa teria repetido a "farsa" outras cinco vezes, sem contar o fracasso da missão Apollo 13)
4 de agosto: centenário do nascimento de Roberto Burle Marx (1909 - 1994).
16 de setembro: comemoração dos 80 anos do prof. Newton da Costa (http://en.wikipedia.org/wiki/Newton_da_Costa), maior lógico brasileiro, que continua produzindo.
23 de setembro: comemoração do centenário da fundação da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, UTFPR.
24 de novembro: sesquicentenário da publicação de A Origem das Espécies, de Charles Darwin (ainda há gente que não acredita nisso também, mas as evidências a respeito da evolução biológica são maiores do que as do pouso na Lua).
É claro que esses eventos ocorrem a cada 10, 50 ou 100 anos, mas sempre vale a pena lembrar deles.
Desde ontem o trema não existe mais, ao menos na língua portuguesa. Alemães, holandeses, suecos e outros povos continuarão usando esse sinal gráfico sem o menor pudor. Mas, se os alemães são conservadores em relação ao trema, em outros aspectos não fomos tão corajosos quanto eles, pois essa reforma ortográfica, que acabou com o trema, não conseguiu acabar com o hífen (os alemães "grudam" palavras sem o menor problema). Também fico satisfeito com o fim de acentos gráficos em palavras como "bóia" (agora "boia") e "idéia" (agora "ideia"), mas a "matança", por assim dizer, foi incompleta.
Alguns gramáticos justificam a reforma alegando que o português é (ou era) um caso raro de língua grafada de maneira não uniforme entre os vários povos falantes. O espanhol, por exemplo, á falado com vários sotaques no mundo inteiro, mas mantém a mesma grafia em todos os lugares. Por outro lado, o inglês, uma das línguas mais faladas no mundo, também sofre dessa falta de uniformidade na grafia. Por exemplo, norte-americanos escrevem "center" e "theater", enquanto britânicos escrevem "centre" e "theatre", e ninguém pensa em mudar isso.
Outros gramáticos, contudo, posicionam-se contra a reforma, alegando que os falantes de outras línguas, como o francês, não se importam em grafar várias palavras de maneira quase medieval. De todo modo, a reforma é lei, está aí para ficar e o único jeito é nos adaptarmos a ela. Os editores de dicionários agradecem. Da minha parte, já começo minha campanha para a reforma ortográfica de 2049: abaixo o hífen!