segunda-feira, junho 20, 2011

Consumo de energia elétrica no Brasil e no mundo

Um assunto sempre presente nas discussões sobre crescimento econômico e sustentabilidade energética é o consumo de energia elétrica pelos diversos países, índice que reflete, dentre outras coisas, o grau de desenvolvimento alcançado. A Figura 1 abaixo mostra o consumo em terawatts-hora (TWh), em 2008, dos vinte primeiros maiores consumidores do planeta. Lembremos que 1TWh corresponde a 1 milhão de megawatts-hora (MWh) ou a 1 bilhão de quilowatts-hora (kWh). Notamos que os EUA e a China aparecem confortavelmente instalados no primeiro e segundo lugares, respectivamente, seguidos de longe pelo Japão. O Brasil aparece em nono lugar, logo após Alemanha e França, o que significa que nossos índices de consumo e nosso sistema elétrico não são de forma alguma desprezíveis.

Figura 1 - Consumo Anual de Energia Elétrica em 2008 (TWh)
(clique sobre a figura para ampliar)

A situação muda completamente quando analisamos o consumo per capita, conforme ilustrado na Figura 2 abaixo, na qual foram considerados apenas países com mais de 1 milhão de habitantes. Dentre os principais consumidores per capita encontram-se países desenvolvidos e de clima frio, como Noruega, Canadá e Finlândia, bem como países donos de grandes reservas de petróleo, como Kuwait e Emirados Árabes. Os EUA aparecem agora em um discreto sétimo lugar, a França aparece em décimo sétimo e a Alemanha cai para vigésimo primeiro, saindo do gráfico. O Brasil cai para um discretíssimo sexagésimo quarto lugar, com um consumo per capita de 2,14 MWh/capita/ano.

Figura 2 - Consumo Per Capita em 2008 (MWh/capita)
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Nosso humilde consumo per capita mostra que ainda resta muito a ser feito, pois um nível de 2,14 MWh/capita/ano é indicativo de um baixo nível de industrialização e também do fato de que, como sabemos, a energia elétrica ainda não é acessível a toda a população brasileira. Para fins de comparação, em 2008 o Brasil ficou, em termos de consumo per capita, atrás de países como Chile (3,42), Venezuela (3,21), Argentina (2,59) e China (2,29), dentre outros. Os desafios à frente significam, por exemplo, que deveremos construir anualmente mais de 7.000 MW em capacidade instalada, levantando uma questão que os países hoje desenvolvidos não tiveram de enfrentar quando apresentavam nosso nível atual de consumo: como faremos para construir todas as hidrelétricas e demais usinas de que necessitaremos em um país cada vez mais restritivo do ponto de vista ambiental?

Fonte dos dados: eia.gov/cfapps/ipdbproject/IEDIndex3.cfm