Energia eólica no Brasil
As primeiras usinas eólicas brasileiras de porte foram viabilizadas por meio do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), lançado em 2004. O preço atualizado da energia de tais usinas é superior a R$ 250/MWh, considerado bastante elevado para os padrões atuais. Já no leilão de fontes alternativas de 2009 o preço médio da energia eólica foi de R$ 148,39/MWh, sendo reduzido para R$ 130,86/MWh no leilão de 2010. A energia do Proinfa foi garantida pela Eletrobrás, durante 20 anos, enquanto os leilões de energia alternativa foram firmados no Ambiente de Contratação Regulada (ACR).
A recente queda dos preços indica que brevemente a energia eólica terá se tornado suficientemente competitiva a ponto de ser negociada no Ambiente de Contratação Livre (ACL), comumente conhecido como mercado livre, de forma semelhante ao que ocorre com a energia das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e usinas de biomassa.
Ao final de 2010, a capacidade eólica instalada no Brasil era de 920 MW, conforme mostra a tabela abaixo, representando apenas 0,48% da capacidade eólica mundial e 0,8% da nossa capacidade total de geração. De acordo com o Banco de Informações de Geração na Aneel (BIG), cerca de 506 MW eólicos encontram-se em construção, e pouco mais de 3.406 MW foram outorgados até 2010, mas ainda não tiveram a construção iniciada. Essas novas usinas farão com que nossa capacidade eólica venha a representar, até 2013, mais de 3,5% de nossa capacidade total.
País | Capacidade eólica instalada (MW) (*) | Capacidade adicionada em 2010 (MW) | Participação mundial |
China | 44.773 | 18.923 | 23,12% |
Estados Unidos | 40.180 | 5.600 | 20,75% |
Alemanha | 27.215 | 1.551 | 14,06% |
Espanha | 20.676 | 1.572 | 10,68% |
Índia | 13.066 | 1.259 | 6,75% |
Itália | 5.797 | 950 | 2,99% |
França | 5.660 | 1.086 | 2,92% |
Reino Unido | 5.204 | 1.112 | 2,69% |
Canadá | 4.008 | 690 | 2,07% |
Dinamarca | 3.734 | 309 | 1,93% |
Brasil | 920 | 320 | 0,48% |
Outros | 22.397 | 4.270 | 11,56% |
MUNDO | 193.630 | 37.642 | 100,00% |
Um dos pontos negativos da energia eólica é seu baixo fator de capacidade, cuja média mundial é de aproximadamente 27%. No caso das PCHs, para fins de comparação, o fator de capacidade mínimo economicamente viável é de 55%, o que significa que, no decorrer de um ano, a usina terá gerado 55% de sua capacidade nominal em MW. No Brasil, entretanto, há locais, como o Ceará e o Rio Grande do Norte, em que o fator de capacidade eólico chega a 40% ou 45%. Além disso, o Brasil tem um dos melhores cenários eólicos do mundo, com grandes áreas desabitadas no semiárido e uma costa extensa, indicando um potencial superior a 350.000 MW.
Dentre os pontos positivos das eólicas estão o baixo impacto ambiental, a inesgotabilidade da fonte de energia primária (o vento) e a ausência de produção de resíduos sólidos ou gasosos. O ruído e o impacto visual podem ser minimizados com a construção de usinas offshore e, nesse caso, o potencial brasileiro é desconhecido, embora provavelmente enorme.
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(*) Fonte: World Wind Energy - Statistics & Information Center, 2010. Disponível em http://www.wwindea.org/home/images/stories/pdfs/worldwindenergyreport2010_s.pdf
Esses 350.000 MW são de capacidade efetiva ou nominal?
ResponderExcluir[]s,
Roberto Takata
Capacidade nominal, ou seja, instalada. A capacidade efetiva seria no máximo 45% desse valor.
ResponderExcluirA capacidade efetiva seria como a energia assegurada?
ResponderExcluirImaginava que o fator de capacidade destes empreendimentos fosse baixo, a ponto de levar este indice aos 10 ou 15%.
[]s
Augusto Poliquezi
Augusto,
ResponderExcluirO fator de capacidade das eólicas relaciona-se à garantia física da usina, anteriormente conhecida como "energia assegurada". Algumas eólicas já têm garantia física definida pelo MME. Dê uma olhada, por exemplo, em http://www.aneel.gov.br/cedoc/prt2011264mme.pdf
No Brasil, aliando-se as excelentes condições eólicas de alguns sites à evolução tecnológica, o fator de capacidade pode superar 40%.
[ ]s
Alvaro
Eu ja não lia a respeito de Eolicas fazia pelo menos um ano, obrigado pelo esclarecimento.. Alias, fiquei surpreso e feliz por ver o quanto estão adiantados estes projetos no Brasil.
ResponderExcluirGrande Abraço!!