Estamos no início do período seco, que se inicia em maio e vai até novembro. Nessa época as afluências aos reservatórios começam a diminuir e os armazenamentos dos reservatórios das hidrelétricas começam a se tornar mais importantes do que no período úmido. É interessante então verificarmos a situação atual dos reservatórios e tentarmos imaginar cenários para o fim do ano.
Os armazenamentos do submercado Sul, como mostra a figura abaixo, são sempre muito voláteis pois a capacidade de armazenamento do Sul é pequena comparada à do Sudeste e as vazões do Sul são também muito voláteis. Para fins de comparação, o armazenamento do Sul está no momento em 80,6% do máximo, nível inferior ao da mesma época de 2010 (95,4%), mas superior ao da mesma época de 2009 (36,7%) e de 2008 (69,2%).
Como ilustrado na figura a seguir, os armazenamentos do submercado Norte raramente são preocupantes, atingindo, nessa época do ano, níveis geralmente superiores a 95%. No momento, o armazenamento do Norte é 99,3% e deve permanecer nesses níveis até início de julho, quando começará a diminuir da maneira esperada.
A figura abaixo mostra os armazenamentos dos últimos cinco anos para o SE/CO. Embora o armazenamento de 2011 tenha iniciado o ano em uma situação ruim, estamos agora com o melhor nível dentre os últimos cinco anos, indicando que provavelmente será possível enfrentar o período seco com PLDs inferiores a R$ 150/MWh, encerrando o ano com armazenamentos da ordem de 50%. O decréscimo atípico do armazenamento a partir de maio de 2010 deveu-se à redução da produção de Itaipu no primeiro semestre, por restrições de transmissão, a qual teve de ser compensada pelas demais hidrelétricas, e não é esperado em 2011.
Finalmente, a figura a seguir ilustra os armazenamentos dos últimos cinco anos para o NE. Observa-se que em 2010 os armazenamentos atingiram níveis preocupantemente baixos e, de fato, no final de dezembro o armazenamento deste submercado esteve apenas 3,8% acima da Curva de Aversão ao Risco (CAR). A melhoria dos armazenamentos em 2011 deveu-se a uma melhoria das vazões, especialmente nos meses de janeiro, março e abril.
A partir de junho as vazões do NE devem entrar nos níveis esperados para o período seco deste submercado, sem grandes altos e baixos e, descontando-se possíveis revisões da CAR por parte do ONS, o armazenamento do NE deve permanecer confortavelmente acima desta curva de armazenamento crítico.
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