O petróleo é nosso, mas o gás é boliviano!
Deve ser difícil ser um país mais pobre do que o Brasil. Se aqui já falta de tudo, de água a energia elétrica, de comida a saneamento básico, de hospitais a políticos honestos, em vários lugares a situação é ainda pior. E, medido pelo IDH, existem 114 países nessa condição.
Pior ainda deve ser viver no país que ocupa a 113ª posição no IDH. Esse país, habitado por uma população menor do que a da cidade de São Paulo, com renda per capita de míseros US$ 3.000, não fica em um lugar remoto da África ou da Ásia, mas faz fronteira com o Brasil e, até fins do ano passado, mantinha relações razoavelmente boas conosco, embora fôssemos ocasionalmente chamados de gringos imperialistas.
Agora a situação mudou bastante e esse país miserável, a Bolívia, nos chama o tempo todo de imperialistas e acaba de dar o maior tiro no pé que um país latino-americano já deu desde a revolução cubana.
A Bolívia, país conhecido nos meios internacionais pela amável expressão "asno sentado em uma mina de ouro", tem a segunda maior reserva de gás natural da América do Sul, perdendo apenas para a Venezuela, mas não tem mercado para o produto. Qualquer país razoável deveria se contentar, nessas condições, em vender o gás para os países vizinhos e ficar com o dinheiro. Por razões históricas, contudo, isso que o mundo inteiro conhece como "comércio", os bolivianos chamam de "exploração". Mesmo que fosse, os bolivianos parecem se esquecer da terceira lei de Newton das relações internacionais: "toda ação corresponde a uma reação em sentido oposto e com o dobro da intensidade".
Os próximos meses mostrarão à Bolívia que é mais fácil plantar coca do que fazer papel de rato que ruge. De fato, a história mostra que todo país que fechou sua economia teve que recuar cedo ou tarde.
Enquanto isso, vamos tocar nossos projetos de bioeletricidade, pois o gás não existe mais, ou ficará caro demais em futuro próximo.
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