Ray Bradbury (1920 - 2012)
Ray Douglas Bradbury, nascido em 22 de agosto de 1920, deixou-nos no último 5 de junho. Como homenagem, o Jornal Nacional de 6 de junho publicou uma mini-reportagem na qual o nome do escritor foi pronunciado todas as vezes como "Brudbary", dando a entender que os jornalistas não sabiam muito bem do que estavam falando e que talvez tenham pesquisado o assunto na Wikipedia ou, então, em outras reportagens sobre a morte de Bradbury.
A reportagem do Jornal Nacional, assim como todas as outras sobre a morte de Bradbury, identificou-o como o autor de "Farenheit 451". De fato, deixar este livro de fora seria como falar de Asimov sem falar da trilogia "Fundação" ou falar de Clarke sem falar de "2001: uma Odisseia no Espaço". Ainda assim, tenho de confessar que nunca li "Farenheit 451". Minha introdução a Bradbury, lá pelo final da minha adolescência, quando eu estava muito mais interessado em ficção científica do que no momento, deu-se com "Crônicas Marcianas" (1950), um livro totalmente enigmático para mim na época.
Enquanto Clarke fazia o possível para respeitar as leis da física, inclusive pedindo desculpas quando deixava de fazê-lo, e Asimov frequentemente descrevia um futuro tão longínquo que a tecnologia se tornara quase indistinguível da magia, Bradbury simplesmente passava por cima de tudo isso e criava um Marte que só podia existir na imaginação. Para Bradbury não existiam espaçonaves sofisticadas movidas por "hyperdrive". Todas espaçonave era simplesmente um "foguete", como fica mais evidente ainda em sua coletânea de contos "F de Foguete" (1962). E a atmosfera de Marte era respirável e o planeta era cortado por canais navegáveis, construídos por uma civilização mística.
Mas também tenho de confessar que o livro de Bradbury mais marcante para mim foi "O Vinho da Alegria" (1957), um romance vagamente autobiográfico no qual Bradbury descreve as aventuras de Douglas Spaulding, um menino de 12 anos, em uma pequena cidade da América dos anos 20. O "vinho da alegria" ("dandelion wine", no original) é uma bebida feita com as pétalas do dente-de-leão, tomada no livro como o símbolo do verão. Não há ficção científica neste romance, mas há um pouco de crítica ao uso da tecnologia. De qualquer forma, Bradbury nunca se considerou um escritor de ficção científica, mas um escritor de fantasia. E que lugar melhor do que a mente de uma criança para se encenar uma obra de fantasia?
A reportagem do Jornal Nacional, assim como todas as outras sobre a morte de Bradbury, identificou-o como o autor de "Farenheit 451". De fato, deixar este livro de fora seria como falar de Asimov sem falar da trilogia "Fundação" ou falar de Clarke sem falar de "2001: uma Odisseia no Espaço". Ainda assim, tenho de confessar que nunca li "Farenheit 451". Minha introdução a Bradbury, lá pelo final da minha adolescência, quando eu estava muito mais interessado em ficção científica do que no momento, deu-se com "Crônicas Marcianas" (1950), um livro totalmente enigmático para mim na época.
Enquanto Clarke fazia o possível para respeitar as leis da física, inclusive pedindo desculpas quando deixava de fazê-lo, e Asimov frequentemente descrevia um futuro tão longínquo que a tecnologia se tornara quase indistinguível da magia, Bradbury simplesmente passava por cima de tudo isso e criava um Marte que só podia existir na imaginação. Para Bradbury não existiam espaçonaves sofisticadas movidas por "hyperdrive". Todas espaçonave era simplesmente um "foguete", como fica mais evidente ainda em sua coletânea de contos "F de Foguete" (1962). E a atmosfera de Marte era respirável e o planeta era cortado por canais navegáveis, construídos por uma civilização mística.
Mas também tenho de confessar que o livro de Bradbury mais marcante para mim foi "O Vinho da Alegria" (1957), um romance vagamente autobiográfico no qual Bradbury descreve as aventuras de Douglas Spaulding, um menino de 12 anos, em uma pequena cidade da América dos anos 20. O "vinho da alegria" ("dandelion wine", no original) é uma bebida feita com as pétalas do dente-de-leão, tomada no livro como o símbolo do verão. Não há ficção científica neste romance, mas há um pouco de crítica ao uso da tecnologia. De qualquer forma, Bradbury nunca se considerou um escritor de ficção científica, mas um escritor de fantasia. E que lugar melhor do que a mente de uma criança para se encenar uma obra de fantasia?